segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Projeto cria ‘bebês digitais’ para

evitar gestação de crianças doentes


  • Análise do DNA de doador de espermatozoide e receptora evitaria mutações raras

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Holly Sloan participou do programa que seleciona os melhores doadores de espermata para dar à luz a Amélia
Foto: Molly Riley/AP
Holly Sloan participou do programa que seleciona os melhores doadores de espermata para dar à luz a Amélia Molly Riley/AP


RIO - Uma fábrica de “bebês digitais” será inaugurada em dezembro pela GenePeeks. A empresa, fundada em Nova York, promete analisar os códigos genéticos dos pais de uma criança antes da gestação e simular, em computador, as potenciais combinações do DNA do casal, num total de até 10 mil “bebês”. A proposta seria descartar as associações em que a criança poderia desenvolver uma doença ainda no período pré-natal.
Inicialmente, a empresa vai trabalhar com foco em mulheres que buscam uma produção independente. A partir de um banco de espermatozoides, ela fará a combinação deste material com o código genético da receptora.
Segundo o geneticista Lee Silver, cofundador da GenePeeks, em até 15% dos casos a combinação entre os genes recessivos do doador e da mulher receptora podem gerar uma doença rara. Uma vez detectadas tais associações, os nomes dos portadores são excluídos da lista de doadores em potencial que é entregue para a mulher.
— Nós pegamos a sequência de DNA dos dois futuros pais. Fazemos uma simulação do processo de reprodução, formando espermatozoides e úteros digitais. Depois eles são unidos para formar o hipotético código genético de uma criança — descreveu. — A partir daí, é possível estimar o risco do genoma do bebê ter uma mutação rara que cause uma doença.
Silver revela que a empresa buscará, em cada pessoa, as cerca de 600 condições recessivas do DNA causadas por um único gene. Se o homem e a mulher tiverem este gene recessivo, há um grande risco de que o bebê desenvolva uma mutação rara.
Morte precoce
Cofundadora da GenePeeks, Anne Morriss resolveu criar a empresa a partir de uma experiência pessoal. Seu filho foi concebido com um doador de esperma que, assim como Anna, tinha um gene recessivo para uma doença chamada MCADD, uma deficiência que impede a conversão de gorduras em açúcar. A MCADD pode ser fatal se não for diagnosticada em seu estágio inicial. Felizmente, Anne soube da doença de seu filho ainda durante o período pré-natal.
— Meu filho tem uma vida normal, mas apenas 30% das crianças com raras doenças genéticas não passam dos cinco anos de idade — alertou. — Com nosso projeto, queremos dar às mães, receptoras do espermatozoide, um catálogo filtrado da probabilidade de seus filhos terem uma mutação rara. A combinação de dois genes recessivos pode resultar em um alto risco de transmissão de doenças. Nosso trabalho resultaria em uma lista, em que constaria apenas o melhor potencial de associação genética entre o doador e a receptora.
A GenePeeks, porém, já é questionada por especialistas em biogenética. Um deles, que preferiu não ser identificado, disse à BBC News:
— Devemos compreender que existe uma incerteza na associação do DNA de pai e mãe. É difícil, mesmo para os cientistas, descobrir exatamente que risco uma predisposição genética particular significaria para uma família.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/saude/projeto-cria-bebes-digitais-para-evitar-gestacao-de-criancas-doentes-10285301#ixzz2h5hcYu8C
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terça-feira, 1 de outubro de 2013

João XXIII e João Paulo II serão santos em 2014

   

Os papas João XXIII e João Paulo II serão canonizados em 27 de abril de 2014. Foi o que anunciou ontem o atual papa, Francisco, em consistório na Cidade do Vaticano. Diante dos cardeais, Francisco confirmou que o o italiano Angelo Giuseppe Roncalli (João XXIII) e o polonês Karol Wojtyla (João Paulo II serão declarados santos. O primeiro foi chefe da Igreja Católica de 1958 a 1963 e o segundo entre 1978 e 2005.

A data da dupla canonização já havia sido revelada por fontes da Santa Sé. No dia 27 de abril de 2014, será comemorada a festa da Divina Misericórdia, estabelecida por João Paulo II. A cerimônia provavelmente atrairá centenas de milhares de pessoas, principalmente da Itália e Polônia, até a Praça de São Pedro.

João Paulo II, primeiro sumo pontífice polonês da história, conservador e muito popular nos mais de 100 países que visitou, será santificado apenas nove anos depois de sua morte. Bento XVI preferiu não levar em consideração o prazo obrigatório de cinco anos para abrir o processo de beatificação e canonização do antecessor, que foi beatificado em maio de 2011. 

Francisco inovou para canonizar João XXIII, sem esperar a atribuição de um milagre. O italiano convocou o Concílio Ecumênico Vaticano II, realizado de 1962 a 1965, que pretendia abrir a Igreja Católica ao mundo. A reunião foi terminada pelo sucessor Paulo VI. João XXIII sempre conservou a imagem de um pastor próximo do povo, simples e de bom humor, atitude parecida com a de Francisco atualmente. A canonização conjunta dos papas mostra a intenção de Francisco de manter o equilíbrio entre duas personalidades muito diferentes da Igreja Católica, assim como a de evitar um grande culto à personalidade de João Paulo II. (da Folhapress)

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